sexta-feira, 9 de junho de 2017

Senta que lá vem a história...


A história principiou quando o substantivo deu lugar ao verbo. Nessa narrativa o substantivo feminino “arquitetura” foi excluído do enredo e sucedido pelo verbo “arquitetar”. E, como todo bom verbo, precisou de um agente, de alguém que praticasse a ação: os hansenianos. Esses, banidos do convívio em sociedade, marginalizados pela ignorância, foram compelidos a arquitetar novos planos, pois sonhar era impraticável. 
Por sofrerem com o preconceito ao longo do tratamento e após a cura, mesmo não transmitindo mais o bacilo, projetaram um pequeno vilarejo cuja prioridade era a funcionalidade dos ambientes, eliminando, assim, ornamentos e qualquer estilo arquitetônico, já que o foco estava em conceber um lar para viverem em paz.
Ano passado fotografei algumas dessas construções, elas ficavam próximas ao Instituto Lauro de Souza Lima, em Bauru/SP, bem distante da cidade, imagens logo abaixo. Hoje já não é possível encontrá-las, foram demolidas. Caso tenha interesse, a história permanece através do MUSEU do referido Instituto, antigo asilo-colônia Aimorés, local em que os doentes eram internados e isolados compulsoriamente até a década de 60.












No vídeo a seguir, a história do Asilo-colônia Aimorés, futuro Instituto Lauro de Souza Lima, atualmente referência no tratamento da hanseníase.


Informe-se sobre o contágio e tratamento, a pior doença é a ignorância e seu sintoma o preconceito.