sábado, 15 de outubro de 2016

Vovó sabida sabia...

... que agulha e linha estampam tecidos e memórias afetivas no tear da vida. Compreendia que bordar é um ato de amor, é doar horas a fio, é gravar tecido e alma, é história. Por um milagre, a modernidade não eliminou esta formidável arte que atravessou séculos, um saber/fazer passado para as gerações futuras, perpetuando sua origem e beleza. Quanta beleza! 

É impressionante a capacidade de quem possui essa vocação. Recentemente me apaixonei pelos bordados feitos por YUMIKO HIGUCHI, uma japonesa muito habilidosa que produz delicadezas que máquina nenhuma plagiará com tamanho requinte. Uma pena ela morar no reino tão, tão distante (Tóquio), mas o mundo virtual promove este encontro






De cair o queixo, os dentes, o nariz, os cílios... despenca tudo que tá na cara!


Agora vou puxar uma linha para o que é muito nosso, do interior de São Paulo, mais precisamente em Americana. Nessa cidade, existe uma criatura multitalentos muito da bordadeira. Borda para si e para os outros, seja presente ou trabalho. Um dia desses, publicou não mero tecido ornamentado, mas um ato de amor: bordou todo o sentimento do mundo para quem será apresentado ao mundo. Afinal, vovó sabida sabe...




Esses são alguns dos bordados feitos com fio de carinho, capricho e ternura pela Lucimara, vovó do Noah, artesã responsável pela marca Oficina Singular. Ficaria muito feliz se vocês dessem uma passadinha pelo Blog da LuciMARAVILHA e conferissem o quarto por completo, decorado com produtos da marca. Estamos combinados?

Em memória à minha amada tia-avó Madalena (1918-2016), compartilho minha lembrança afetiva de linha e agulha: um lenço bordado por ela, por quem me amou desde que nasci. Esse ano, esse mês, foi nosso tempo da travessia, pra quem partiu e pra quem restou a saudade.