sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Somos todos loucos pela ALICE!

Não só a vida é um divino mistério profundo... Amar incondicionalmente quem ainda não se apresentou ao mundo é tão inexplicável quanto a própria existência. Parece um milagre! 
Essa relação unilateral de amor infinito começa desde a notícia da gestação. Nesse instante o mundo dobra, já não se é mais indivíduo. A partir deste momento tudo gira ao redor da expectativa e, durante nove meses, o único foco é como receber confortavelmente esse bebê amado.
É o caso dessa mamãe muito gente fina, do balacobaco, pau pra toda obra, amiga querida e designer talentosa que compartilhou comigo as escolhas para o quarto da primogênita Alice. Um convite irrecusável! Elaboramos o layout, escolhemos as cores, estampas, decorações... tudo que se possa sonhar num espaço para bebês. Muito bem berem bem bem! Entretanto, o mais espetacular é que essa gestação produziu mais frutos: um mutirão de amor sem medida! A família e os amigos participaram da execução do projeto, cada detalhe tem uma história, alguém que deixou um pedacinho de si com muito carinho para esta pequena. Abaixo você pode conferir algumas dessas ternuras em forma de objeto, o quarto ainda estava tomando forma quando fotografei... 


Ursinhos confeccionados à mão e aquarelas feitas pela amiga. 


Bastidores feitos pela mamãe, bordado feito pela avó paterna e parede pintada pelo papai.


Tampa dos vidros personalizada pela mamãe, assim como a bandeja.


Gotas coladas por mim e "sapatinho" da banqueta pintado pela mamãe.


Agora as fotos enviadas pela mamãe Marcela, responsável pela BEM BONITO, marca que atua na "produção de festas e eventos personalizados, com carinho e exclusividade". Siga no Instagram ou Facebook!

Enxoval e protetor de berço feito pela avó paterna e almofadas de nuvem pela Marcela.


Cômodas executadas pelo avô materno (proprietário da Valério Móveis ) e manta tricotada pela avó materna.


Luminária letra "A", presente meu... 


Preciso avisá-los: Alice cresceu, cresceu, cresceu tanto que a moradia ficou apertada. Então, no dia 26 de outubro, resolveu abrir a porta para ver o que havia do outro lado: encontrou um bando de loucos por ela. 


Ilustração So Princess 


sábado, 15 de outubro de 2016

Vovó sabida sabia...

... que agulha e linha estampam tecidos e memórias afetivas no tear da vida. Compreendia que bordar é um ato de amor, é doar horas a fio, é gravar tecido e alma, é história. Por um milagre, a modernidade não eliminou esta formidável arte que atravessou séculos, um saber/fazer passado para as gerações futuras, perpetuando sua origem e beleza. Quanta beleza! 

É impressionante a capacidade de quem possui essa vocação. Recentemente me apaixonei pelos bordados feitos por YUMIKO HIGUCHI, uma japonesa muito habilidosa que produz delicadezas que máquina nenhuma plagiará com tamanho requinte. Uma pena ela morar no reino tão, tão distante (Tóquio), mas o mundo virtual promove este encontro






De cair o queixo, os dentes, o nariz, os cílios... despenca tudo que tá na cara!


Agora vou puxar uma linha para o que é muito nosso, do interior de São Paulo, mais precisamente em Americana. Nessa cidade, existe uma criatura multitalentos muito da bordadeira. Borda para si e para os outros, seja presente ou trabalho. Um dia desses, publicou não mero tecido ornamentado, mas um ato de amor: bordou todo o sentimento do mundo para quem será apresentado ao mundo. Afinal, vovó sabida sabe...




Esses são alguns dos bordados feitos com fio de carinho, capricho e ternura pela Lucimara, vovó do Noah, artesã responsável pela marca Oficina Singular. Ficaria muito feliz se vocês dessem uma passadinha pelo Blog da LuciMARAVILHA e conferissem o quarto por completo, decorado com produtos da marca. Estamos combinados?

Em memória à minha amada tia-avó Madalena (1918-2016), compartilho minha lembrança afetiva de linha e agulha: um lenço bordado por ela, por quem me amou desde que nasci. Esse ano, esse mês, foi nosso tempo da travessia, pra quem partiu e pra quem restou a saudade.






domingo, 21 de agosto de 2016

Uma amostra sobre CHARLES e RAY EAMES.


Você já deve ter visto, mas não ligou o produto à pessoa, ou melhor, às pessoas. CHARLES e RAY EAMES foram responsáveis por muitos ícones do século XX, tanto que estão entre os mais importantes designers americanos. 
As criações inovadoras desenvolvidas pelo casal perambularam pela arquitetura, design de mobiliário, design industrial e fabricação, design gráfico, arte e fotografia. “Eles amavam seu trabalho, que era uma combinação de arte e ciência, design e arquitetura, produto e processo, estilo e função. "Os detalhes não são detalhes", dizia Charles. "Eles fazem o produto".” (ATEC, distribuidora da Herman Miller no Brasil, empresa que desenvolve mobiliário criado pelo casal de designers).
Diante da vastidão de invenções da dupla altamente inspirada, selecionei dentre os produtos pensados para sentar, os que encontro constantemente pelo caminho:


Uma das poltronas mais famosas: EAMES LOUNGE CHAIR + banqueta.


Bancos WALNUT, esculpidos em madeira maciça.


Poltrona LCW.

Além de ergonômicos, ou seja, cumprirem com excelência a função de móvel confortável para sentar, todos eles possuem um design atemporal e democrático, enquadram-se em qualquer época e estilo. Impossível não se sentir seduzido pela silhueta elegante e pela alta qualidade. Não são meros detalhes!

Despeço-me com uma confissão, um sonho de consumo: EAMES HOUSE BIRD! "Mim qué, gentem!" 

"Charles e Ray Eames enriqueciam o interior sua casa, a Eames House, com vários objetos e acessórios que eles traziam de volta de suas viagens. Por mais de cinqüenta anos, a figura de um pássaro de madeira preta ficou no centro da sala de estar - um artefato de arte popular americana, que era, evidentemente, altamente estimado pelo casal, uma vez que também apareceu com freqüência como um acessório em fotografias tiradas por Charles e Ray."


Para um maior aprofundamento sobre o casal Eames, acesse:

quinta-feira, 28 de julho de 2016

A rua fala...

... basta parar a vida apressada para ouvir seu som. As cidades são um museu a céu aberto, no seu palco, manifestações artísticas transformam a cena urbana em poesia. E foi assim, refletindo sobre a ocupação dos espaços públicos, que decidi andar sem rumo, sem hora marcada, com a tecla pause apertada e com olhar atento. Caminhei pela rua observando expressões de todos para todos: grafites. Impossível manter-se indiferente a esta arte tão democrática e provocadora.

Grafite do artista plástico Pedro Masson, vulgo "Filite". Esta fachada, o que sobrou de uma demolição, fica na rua Treze de Maio, quadra 18, Bauru/SP.


Agora podem preparar a cruz para me crucificar: nesta foto há pichações e grafite, formas de expressão, mas para mim, diferente do grafite, esse rabisco ilógico considerado uma assinatura, a marca e identidade do pichador, não passa de poluição visual e, em certos casos, vandalismo. 


sábado, 25 de junho de 2016

Sem FURO, sem APURO!


Para algumas pessoas, colocar um quadro na parede é uma tarefa para a Liga da Justiça. Após a indecisão da escolha do local e altura do prego ou parafuso, o filho de Deus consegue transformar a parede num paredão de fuzilamento: produz pequenos rombos ao transformar um martelo ou furadeira numa metralhadora. Pensando nisso, a 3M lançou uma série de fechos e suportes para quadros, uma alternativa totalmente excelente para indecisos, inconstantes e os sem talento para marido de aluguel. É o fim dos pregos, parafusos, paredes esburacadas e sujeira. Os locatários agradecem! Ô se agradecem...



Resolvi testar e achei mais que demais! Consegui colocar quadros na cozinha sem furar o revestimento e com a possibilidade de transitar com eles se enjoar da disposição. Ou seja, além de não danificar a parede na fixação e retirada, ainda posso adquirir o refil do adesivo e mudar a decoração sempre que desejar. O modelo que comprei está logo abaixo, mas existem outros:

A embalagem vem toda explicadinha: tipo de superfície que o adesivo adere, peso que suporta o gancho e como aplicar. Pra Mulher Maravilha e Superman nenhum botar defeito! 

Faz quinze dias que pendurei o quadro no suporte e continua firme e forte. Não acredita? Isto é Design fala, Isto é Design mostra: 



Fugindo do tema dessa postagem, com foco no conteúdo do quadro, Jorge Ben Jor estava certo ao cantar “moro num país tropical”, o Brasil tem sua maior parte (mais de 90% de seu território) localizada na zona tropical, entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. Sendo assim... Desculpe-me região sul, mas esse pôster, inspirado na música “País Tropical”, foi feito pra mim, para as outras regiões! 
Pra fechar com todas as honrarias a composição da foto: cacto, vegetação típica do clima tropical, especificamente o semiárido brasileiro, por ser adaptável à escassez de chuvas durante grande período do ano. É semelhante aos brasileiros, seres também adaptáveis que superam com criatividade todo tipo de crise. 

terça-feira, 31 de maio de 2016

Por dentro da REDOMA...

Não faz muito tempo, dei-me conta de que guardamos a sete chaves objetos com memória afetiva. Arquivamos com empenho, envoltos em zelo, tudo para mantê-los preservados. Contudo, conservamos (escondemos) com tanta eficiência que, muitas vezes, esquecemo-nos do tesouro ocultado. Uma pena... 
E foi assim, matutando sobre, que resolvi exibir uma fortuna há tempos refugiada dentro do armário, uma herança valiosa, um patrimônio que não tem preço: álbum de fotos do meu avô. Mas como deixar algo tão frágil exposto às intempéries? Simples: REDOMA! Ótimo artifício para resguardar do pó, umidade e dedinhos, deixando ao alcance dos olhos e da lembrança o que não se compra. Um exemplo de decoração com identidade. Confira!



O emblema estampado na capa é a insígnia da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Adotou-se o lema "A cobra está fumando", em resposta àqueles que consideravam ser mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra. Esse distintivo está no álbum, pois meu avô foi veterano do Exército Brasileiro, famigerado Pracinha, lutou ao lado dos países Aliados contra os países do Eixo na Segunda Guerra Mundial. 
Neste álbum estão fotos e relatos da guerra, como também de sua família, parte de sua história. Abaixo algumas das fotografias que mostram que a cobra fumou: 


Saulo Duarte Ribeiro, pracinha brasileiro, meu avô materno.



"Eu e a guarnição de minha peça, num momento de instrução na Vila Militar (Rio), com um canhão americano, calibre 105."

"Quando eu era cabo apontador de uma peça Schneider Francesa, calibre 75."






Já que entramos nesse assunto, tenho um livro para indicar caso queiram relembrar a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial: 


O livro "1942: O Brasil e sua Guerra Quase Desconhecida", escrito por João Barone, baterista do Paralamas do Sucesso e filho de Pracinha, narra sua pesquisa pelo passado do pai e do país para unir dados, curiosidades e histórias emocionantes de uma campanha incrível que muitas vezes o próprio brasileiro desconhece.

Recomendo, igualmente, a página Portal FEB, maior site sobre o Brasil na Segunda Guerra Mundial.

Agora, se estiver no Rio de Janeiro, visite o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, local que abriga os restos mortais dos Pracinhas transladados da Itália para o Brasil e depositados no mausoléu construído no subsolo do monumento. Ainda poderá conferir o acervo composto por fotografias, troféus, armas da campanha militar, objetos utilizados pelos Pracinhas e artefatos da Segunda Guerra Mundial. 

A idealização do monumento é o cumprimento de uma promessa feita pelo Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes, comandante da FEB: trazer de volta ao país os heróis brasileiros mortos em campo de batalha na Itália. O projeto arquitetônico do monumento coube a Marcos Konder Netto e Hélio Ribas Marinho, o projeto urbanístico ao arquiteto Afonso Eduardo Reidy e o paisagismo ao Roberto Burle Marx.




A Escultura Metálica ao fundo, instalada sobre uma base de granito, é de autoria de Júlio Catelli Filho, homenagem à Força Aérea Brasileira (FAB); no primeiro plano, sobre uma base de granito, está o Grupo Escultórico com cinco metros de altura, de Alfredo Ceschiatti, homenagem aos pracinhas das três Forças Armadas, representadas por um marinheiro, um soldado e um aviador.

Termino com um trecho retirado do livro "Cruzes Brancas: Diário de um Pracinha", escrito pelo ex-combatente Joaquim Xavier da Silveira: 

"Aliás, a guerra não é heróica. Não é como em livros, ou filmes. Não há bandeiras, nem tambores, nem cornetas com toques marciais, nem tampouco heróis condecorados, que voltam para casa e beijam a noiva. Ninguém sente vontade de ser herói, e quando pratica qualquer ato de bravura, o faz quase inconscientemente. O que há na guerra é sujeira, lama, frio, fome, cansaço de noites a fio sem dormir, medo da morte, sofrimento e monotonia, esta terrível monotonia de todas as guerras. A monotonia de cavar um ‘foxhole’ (buracos de abrigo) e ficar escutando aqueles ruídos surdos, ouvindo aqueles estrondos que não param nunca". 



Agradecimento especial à Cláudia Ikari e à Centauri Acrílicos, responsáveis pela confecção da redoma e sua base, ambas em acrílico.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

QUEM mora aqui?


Dias atrás assisti a um episódio dessas séries que fazem reformas em residências. A atitude da profissional responsável pelo novo layout me incomodou tanto que resolvi martelar, pela milésima vez, o velho texto batido: respeitar a individualidade do cliente

Qual foi o fim da picada? Veja: as moradoras do imóvel disseram em alto e bom som que detestavam a cor vermelha, mas... a arquiteta incluiu um sofá vermelho no projeto, faltou apenas o abajur cor de carne do Ritchie para a chacota ser completa. Pois é! Somente após os amigos das clientes insistirem que elas iriam ODIAR o imenso móvel ruivo no centro da sala é que o sofá foi substituído. A meu ver, desagradável, poderia ter evitado o mal-estar. 

As cores exprimem sensações, sentimentos, caracterizam épocas e lugares, manifestam ideias, distinguem religiões e política, ou seja, são aspectos com forte carga subjetiva. A cor branca, por exemplo, nas culturas ocidentais denotam paz e pureza, enquanto nos países orientais está ligada ao luto e má sorte. Dessa forma, é leviano ignorar as preferências do indivíduo, o profissional deve estar atento ao simbolismo das cores, o que cada uma delas representa para o cliente. 

Por isso, a última tendência em cor será sempre a que revela a extensão do ser! Pratique a complacência, seja o cliente camaleão ou monocromático.






sábado, 27 de fevereiro de 2016

E a vida o que é? Diga lá!

Vou dizer-te... Vejo bombardeios frenéticos de notícias caóticas, o planeta todo em colapso e o ser humano galgando posição no índice de projetos falidos. É, Zeca Baleiro... O mundo tá muito doente! O homem que mata, o homem que mente constantes no cotidiano, seja na luta individual, seja no jornal! Mas, num divino mistério profundo, numa atitude repleta de amor, somos atingidos pela alegria e abandonamos o lamento. O ato de contemplar o belo e cultivar bons sentimentos recarrega o homo sapiens cansado de guerra! 
E foi assim, numa tarde cinza com sol a pino, que esqueci o “mimimi” da vida adulta e descobri em uma mistura de água e pigmento, o caminho de volta para as maravilhas que as capacidades humanas podem produzir. Por isso, como não sou egoísta e tenho a necessidade de jogar no ventilador o belo e agradável, vou compartilhar as lindas aquarelas da arquiteta, paisagista, professora, miss simpatia, amiga... enfim, multitalentos: Aline Nirschl. Aprecie sem moderação!









Sabe o que responde quando elogiada? Que "ainda tenho muito que aprender". Não é uma buniteza essa pessoa, gente? 

Para finalizar, uma música com cheiro de infância, porque tudo que cheira à infância, cheira bem!